Black Mirror

   A maioria das pessoas, assim como eu, acreditam que o universo seria melhor se fosse totalmente tecnológico. Pensamos apenas nas soluções, mas nunca nos problemas da tecnologia. Cada episódio da minissérie britânica Black Mirror do Channel 4 é uma estória feita para nos lembrar que nosso maior sonho pode se tornar o nosso pior pesadelo.


1ª Temporada



S01E01 The National Anthem
   A princesa Susannah (Lydia Wilson) foi sequestrada. Para libertar a princesa, o sequestrador exigiu que o primeiro-ministro britânico Michael Callow (Rory Kinnear) fizesse sexo com um porco, o que seria transmitido ao vivo pela televisão para todo o país. E eu fui como: "Caramba! Eu não acredito que ele vai fazer isso!”.
   Esse gancho do episódio foi essencial para que meus olhos continuassem fixos na tela. Já nos primeiros minutos, eram evidentes quais questões seriam respondidas: "Quem é o sequestrador?" e "O primeiro-ministro realmente vai fazer isso para salvar a princesa?". Por mais que essas questões levem tempo para serem desvendadas, o episódio não fica chato em nenhum momento, pois vemos como o primeiro-ministro, a mídia e o povo reagem a essa situação.
   The National Anthem é como um petisco bom em uma festa de casamento, coisa rara de se encontrar. É um episódio que pode até parecer previsível, mas que tem um desfecho surpreendente.

S01E02 15 Million Merits
   Este episódio é uma preciosidade, sem dúvidas, é o meu favorito de toda a série. Eu fiquei totalmente encantada com esse episódio, com o cenário, com a crítica social, com a produção, com a atuação do Daniel Kaluuya, com o episódio inteiro!
   15 Million Merits acontece dentro de um mundo totalmente tecnológico onde você ganhar dinheiro por andar em uma bicicleta e, com esse dinheiro, você pode passar os anúncios que aparecem no seu quarto, comprar roupinhas para o seu avatar, etc. É como se as pessoas desse lugar vivessem dentro de um computador. E nesse cubículo tecnológico é onde vive Bingham "Bing" Madsen (Daniel Kaluuya), que acaba se apaixonando por uma novata do cubículo, Abi (Jessica Brown Findlay). Como o Bing ouviu ficou encantado quando a ouviu cantar, emprestou todo o dinheiro que tinha para ela participar de um programa de talentos do mundo tecnológico, mas nem tudo saiu como o esperado para Abi.
   Esse episódio possui uma forte critica a mídia e o modo como ela manipula as pessoas que estão dentro ou fora dela. É realmente incrível como a crítica é feita sem estar oculta do episódio. Ela está ali, explicita, para que nós possamos entender e ter medo do que o nosso presente pode se tornar. É realmente incrível!
   Daniel Kaluuya me surpreendeu. Eu já tinha visto ele em Psychoville, mas com esse papel em Black Mirror eu até chorei, principalmente com a cena do discurso.

MV:
Eu adorei esse MV. Não tem nenhum spoiler explícito, então podem assistir sem medo.

S01E03 The Entire History Of You

   Para muitos, o favorito. Para mim, um bom episódio de encerramento.
   Em The Entire History Of You temos uma ideia que pode parecer ótima para todas as pessoas. Se todo mundo pudesse se lembrar de sua vida inteira em qualquer momento, editar e apagar memórias, a vida seria mais feliz e descomplicada. Imaginem um mundo onde ninguém passaria sufoco na hora das provas escolares e onde ninguém ficaria relembrando seus relacionamentos passados, esse é o mundo apresentado em The Entire History Of You, com todas as suas desvantagens. Essa ideia de ter um 'grão' dentro da cabeça é ainda mais interessante do que o episódio em si.
   A estória do episódio é bem simples: Liam (Toby Kebbell) vai em uma festa dos velhos amigos da sua esposa, Fion (Jodie Whittaker). E lá ele percebe que tem um cara que ela trata diferente e que trata ela diferente. Então o Liam fica paranoico achando que a mulher dele teve um caso com esse cara, etc.
   A produção desse episódio é muito boa. Tudo é reproduzido de uma maneira tão realista, sabe? Vale muito a pena assistir.

2ª Temporada



S02E01 Be Right Back
   A solidão de uma pessoa pode ser substituída pela tecnologia?
   De todos os episódios Be Right Back foi o que eu menos gostei. Não é que não tenha sido interessante, eu também não sei por que não gostei tanto. Talvez porque ele não tenha um caráter tão crítico quanto os outros episódios? É, talvez.
   Em Be Right Back a protagonista, Martha (Hayley Atwell), acaba de perder o seu namorado para a morte. Por uma conhecida ela conhece um programa de computador que, por via das postagens do namorado em redes sociais, tem a capacidade de enviar mensagens como se tivessem sido escritas pelo morto. Mas não fica apenas nessa fase. Com o tempo, o programa fica tão avançado que pode reproduzir até a imagem do namorado de Martha.
   Eu realmente não sei explicar e nem dar uma opinião. Só assistindo pra saber.

S02E02 White Bear
   Em White Bear acompanhamos a jornada de Victoria Skillane (Lenora Crichlow), uma mulher que acorda em um lugar sem se lembrar de sua identidade. Pessoas mascaradas tentam matá-la. Ela tenta pedir ajuda, mas todas as pessoas normais se tornaram meros observadores. Em busca de suas memórias, Victoria tenta encontrar respostas.
   Este foi o meu segundo favorito. Só não foi o meu favorito, porque eu me apaixonei por 15 Million Merits de uma maneira única, mas este é tão bom quanto. É um episódio cheio de reviravoltas, com um final realmente chocante e surpreendente, é impossível não terminar de assistir dizendo palavrões.

S02E03 The Waldo Moment
   The Waldo Moment foi como The National Anthem, é uma boa sobremesa. Não é um episódio surtante, mas é um episódio crítico. É um episódio que também mostra como a mídia controla as pessoas, mas, dessa vez, temos uma visão do controle externo da mídia, como ela controla as pessoas que estão lá dentro. E até sobre a política, como escolhemos nossos candidatos apenas pelo que a mídia projeta.
   Waldo é um personagem animado que tem a missão de perseguir e irritar um político. Com a popularidade do personagem, a produtora pensa em colocar Waldo como candidato para concorrer contra outros políticos, mas, quem parece não estar de acordo com isso é Jamie Salter (Daniel Rigby), comediante que dá vida ao personagem.


   Finjam que não perceberam a minha preguiça para falar da 2ª temporada, porque ela é tão boa quanto a 1ª, eu lamento por não conseguir transmitir o mesmo encanto. Black Mirror é uma minissérie incrível, mas é realmente indescritível. Só assistindo pra saber.
   Espero que tenham gostado da postagem e até a próxima!

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